quinta-feira, 19 de março de 2015

...sabe aquelas vozes que a gente ouve em meio ao silêncio da noite? 
Eu escutei dizer por entre uma estrela e outra que eu estava voltando para casa...e jamais a lua , o sol , os planetas se alinharam como o brilho do seu olhar pairado sobre o meu esta noite...sim eu estava entre teu peito envolvida em teus braços, desemaranhada totalmente de qualquer expectativa emocional, grata pela infinita possibilidade de me sentir inteira pelo simples fato de estar ali, minha mente vagava entre as batidas do meu (e do seu ) coração descompassado...ah esse perfeito compasso de corpos em chama e suor ardendo....trocaria madrugadas a dentro por "instagrans ", um vai e vem ritmado pelas horas alienantes de um relógio biológico voraz....ah, a vida não seria nada se a gente deixa-se de crer nos inícios, meios e fins, sem eles havería de existir outra motivação além da busca incalculável por amor ? Sem contar que as horas e o tempo se resumem tão rapidamente , que precisamos sempre estar em movimento...o que seriam de todas estas crianças a implorarem nosso aconchego? E o que faríamos se realmente todos tivessem consciência deste mundo atemporal e interno? Abriríamos mão de nossos sonhos tão rapidamente como as aranhas trocam suas teias de lugar....sim, querido vaga-lume , eu teria trocado minha teia rapidamente se não fossem suas palavras embriagantes do gengibre a me convencerem a ficar mais um pouco, ainda que te(me) deixes ficar .... há paladares diversos....gostos específicos a cada estação....como pitadas de pimenta e sal, aos aromas enebriantes de ervas finas ,que ardem e aquecem o nosso inverno, ainda sinto que podemos apreciar os delicados sabores da carne ao céu da boca perfumada com canela e o toque aveludado de rosas com mel.... e nehuma das sinfonias de Bethoven ou Marcha turca de Mozart faríam melodias tão significativas quanto os acordes de nossos corpos, talvez nem mesmo Sisley conseguisse expressar o romântico encontro de dois solos em um, quem sabe Monet, Picasso ou Dali pudessem desconstruir todas as formas de amor em um caso geométrico preenchidos de cor em volume, espaço, retas, pontos, linhas e distorções e todas suas formas e variantes...ainda que Paul Klee e Leonardo consigam arquitetar perfeitamente em números toda obra da criação humana, talvez nem mesmos os versos de Pessoa fossem suficientes neste instante .... um incandecente improvável reencontro de almas. 
adad aisha

Nenhum comentário:

Postar um comentário