quando me enlaçaram no colo pela primeira vez, dancei, dancei nos braços de minha mãe e de meu pai para ninar , aos primeiros passos que tomei como meus, dancei, cambaleando entre um passo e outro para me firmar,ao som de um bolero meu pai me firmava sobre seus pés , no passo a passo de uma paciência infinita, um amor incondicional em me ver sorrir e repetir com alegria, riamos muito e cantávamos também, minha irmã ao violão e eu ao piano, há riqueza nas pequenas coisas ...uma infância de amarelinha a pique esconde que hoje passaria despercebida entre os demais,na escola só queria girar, girar o suficiente até enjoar, correr ao vento e por fim , saltar... por horas e horas e dias e dias...ensaiar...num ritmo descompassado, sem compromisso real, coreografias na sala de expressão corporal que hoje as cinzas tomaram da memória, havia uma alegria interna em mirar o espelho da sala de balé e observar os movimentos e limitações do meu corpo que mais parecia um elástico. Nem perto da perfeição, nem um milésimo do ideal acadêmico,nunca acompanhei muito bem os demais,fazia questão de ter meu próprio compasso, seguir minhas próprias cordas , dançar meu próprio ritmo, apreciar a musica com meu próprio entendimento, talvez esta melodia só existisse em mim, talvez fosse coisas da minha cabeça, talvez meus ouvidos tenham sido ensinados apenas a ouvir minha própria voz, ma não importa, na verdade o som que escuto é o que menos importa, por que é um pulsar que vem de dentro e não de fora,e este tem exatamente o gosto necessário para alimentar a doçura da alma. tenho em mim todos os sonhos do mundo, e de passos pequenos encontrei me no fogo sagrado, há dança cósmica do amor.adad aisha
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